LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO DO CAMPO
a experiência-piloto da Universidade Federal de Sergipe (2008 a 2012)
DOI:
https://doi.org/10.22196/rp.v24i1.6944Palavras-chave:
Formação de professores do campo. Licenciatura em Educação do Campo. Educação do Campo.Resumo
Neste artigo, apresentamos elementos-chave que caracterizam a experiência-piloto do curso de Licenciatura em Educação do Campo – áreas de concentração Ciências Humanas e Sociais e Ciências da Natureza e Matemática –, da Universidade Federal de Sergipe (UFS), em São Cristóvão, realizado entre 2008 e 2012. Nesse curso, 43 alunos receberam o título de graduação para atuar nos anos finais do ensino fundamental e no ensino médio. O texto apresenta elementos e reflexões acerca dessa proposta de formação dos professores, que foram produzidos por meio da análise documental e do levantamento bibliográfico. No geral, os resultados mostram que, embora o curso tenha contemplado demandas dos movimentos sociais do campo, não houve garantia por parte do Estado para a sua continuidade, uma vez que não se constituiu em política pública permanente. Além disso, não foram adotadas medidas para que os educadores egressos fossem absorvidos na rede pública de educação por meio de concurso público. Com isso, ainda se convive com o desafio da ausência de profissionais com formação específica para atuarem nas escolas do campo. Pretendemos, com isso, contribuir com a memória da Educação do Campo no Brasil, cujo projeto tem sofrido graves inflexões por conta da destruição das políticas públicas de educação, como na atual conjuntura em que o país enfrenta, uma crise econômica, política, social, cultural, ambiental e sanitária, com o governo Bolsonaro. O Estado de Sergipe é apenas um exemplo do que vem ocorrendo em território nacional. É para ontem, pois “se o campo não planta, a cidade não janta!”.
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