EXPECTATIVA E REALIDADE NA ADOÇÃO DE SISTEMA DE INFORMAÇÃO GERENCIAL: BARREIRAS, CONFLITOS, LOCUS DE CONTROLE E EFETIVIDADE DE USO EM UNIVERSIDADE PÚBLICA

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22277/rgo.v17i1.7642

Palavras-chave:

Tecnologia da Informação, Modelo de Aceitação da Tecnologia, Resistência, Locus de Controle, Uso Efetivo da Tecnologia

Resumo

Este caso para ensino narra experiências de um servidor técnico-administrativo nos primeiros meses após sua transferência para a secretaria de um programa de pós-graduação (PPG) de uma universidade federal brasileira. Aqui, as experiências de interesse referem-se a conflitos interpessoais e à percepção de falta de poder de controle na institucionalização de um sistema organizacional de tecnologia da informação (TI), qual seja, um sistema de informação gerencial do tipo enterprise resource planning (ERP). A introdução de sistemas ERP altera profundamente as rotinas organizacionais e os comportamentos esperados de seus usuários (aqui, os docentes daquele PPG), de modo que conflitos entre colegas são comuns e devem ser entendidos e tratados. Em organizações públicas, porém, a prática revela desafios para além da modelagem de novas rotinas e treinamentos funcionais, pois estruturas de poder—real ou imaginário—podem estar profundamente estabelecidas. O quadro teórico deste caso envolve a aceitação, a adoção, a resistência e o uso do sistema ERP pelo grupo de trabalho, bem como aspectos da efetividade desse uso e onde se localiza (locus) a fonte de controle do seu processo de institucionalização. Esse quadro teórico é formado pela apresentação dos modelos mais clássicos da área e breve discussão de suas contribuições e deficiências conhecidas. A narrativa geral oportuniza análise guiada por tradições de pesquisa iniciadas na década de 1980 e evoluídas ao longo de três décadas, e permite problematizar a enorme complexidade e as contingências dos ambientes em que tecnologias organizacionais compulsórias são introduzidas a indivíduos acostumados com o poder de decisão sobre novas práticas.

Referências

Beaudry, A., & Pinsonneault, A. (2005). Understanding user responses to information technology: A coping model of user adaptation. MIS Quarterly, 29(3), 493-524, https://doi.org/10.2307/25148693

Benbasat, I., & Barki, H. (2007). Quo vadis TAM? Journal of the AIS, 8(4), 212-218, http://dx.doi.org/10.17705/1jais.00126

Broos, A., & Roe, K. (2006). The digital divide in the Playstation generation: Self-efficacy, locus of control and ICT adoption among adolescents. Poetics, 34, 306-317, http://dx.doi.org/10.1016/j.poetic.2006.05.002

Brown, S. A., Massey, A. P., Montoya-Weiss, M. M., & Burkman, J. R. (2002). Do I really have to? User acceptance of mandated technology. European Journal of Information Systems, 11(4), 283-295, https://doi.org/10.1057/palgrave.ejis.3000438

Burton-Jones, A., & Grange, C. (2013). From use to effective use: A representation theory perspective. Information Systems Research, 24(3), 632-658, https://doi.org/10.1287/isre.1120.0444

Burton-Jones, A., Stein, M.-K., & Mishra, A. (2017). MISQ Research Curation on IS Use, https://www.misqresearchcurations.org/blog/2017/12/1/is-use

Chan, Y., & Reich, B. H. (2007). IT alignment: What have we learned? Journal of Information Technology, 22, 297-315, https://dx.doi.org/10.1057/palgrave.jit.2000109

Compeau, D. R., & Higgins, C. A. (1995). Computer self-efficacy: Development of a measure and initial test. MIS Quarterly, 19(2), 189-211, https://doi.org/10.2307/249688

Davis, F. D. (1989). Perceived usefulness, perceived ease of use, and user acceptance of information technology. MIS Quarterly, 13(3), 319-340, https://dx.doi.org/10.2307/249008

Davis, F. D., Bagozzi, R. P., & Warshaw, P. R. (1989). User acceptance of computer technology: A comparison of two theoretical models. Management Science, 35(8), 982-1003, https://doi.org/10.1287/mnsc.35.8.982

Dwivedi, Y. K., Rana, N. P., Jeyaraj, A., Clement, M., & Williams, M. D. (2019). Re-examining the unified theory of acceptance and use of technology (UTAUT): Towards a revised theoretical model. Information Systems Frontiers, 21, 719-734, https://doi.org/10.1007/s10796-017-9774-y

DeLone, W. H., & McLean, E. R. (1992). Information system success: The quest for the dependent variable. Information Systems Research, 3(1), 60-95, https://doi.org/10.1287/isre.3.1.60

DeLone, W. H., & McLean, E. R. (2003). The DeLone and McLean Model of information systems success: A ten-year update. Journal of Management Information Systems, 19(4), 9-30, https://doi.org/10.1080/07421222.2003.11045748

Gal, D. (2006). A psychological law of inertia and the illusion of loss aversion. Judgment & Decision Making, (1), 23-32, https://doi.org/10.1017/S1930297500000322

Gurstein, M. (2003). Effective use: A community informatics strategy beyond the digital divide. First Monday, 8, 12.

Karsten, R., Mitra, A., & Schmidt, D. (2012). Computer self-efficacy: A meta-analysis. Journal of Organizational & End User Computing, 24(4), 54-80, https://dx.doi.org/10.4018/joeuc.2012100104

Koh, C. E., Prybutok, V. R., Ryan, S. D., & Wu, Y. (2010). A model for mandatory use of software technologies: An integrative approach by applying multiple levels of abstraction of informing science. Informing Science, 13, 177-203, https://doi.org/10.28945/1326

Leavitt, H. J. (1965). Applied organizational change in industry: Structural, technological and humanistic approaches. In: March, J. G. (ed.), Handbook of organizations, Chicago, IL, Rand McNally, 1144-1170.

Macêdo, D. G., Gaete, L., & Joia, L. A. (2014). Antecedentes à resistência a sistemas empresariais: A perspectiva de gestores brasileiros. Revista de Administração Contemporânea, 18(2), 139-160.

Mota, F. P. B., & Porto-Bellini, C. G. P. (2017). Peças e engrenagens do uso da Internet. Proceedings of the 23rd AMCIS. Boston, MA, August 10-12.

Orlikowski, W. J. (1992). The duality of technology: Rethinking the concept of technology in organizations. Organization Science, 3(3), 398-427, https://doi.org/10.1287/orsc.3.3.398

Porto-Bellini, C. G. (2018). The ABCs of effectiveness in the digital society. Communications of the ACM, 61(7), 84-91, http://dx.doi.org/10.1145/3205945

Rotter, J. B. (1990). Internal versus external control of reinforcement: A case history of a variable. American Psychologist, 45(4), 489-493, https://psycnet.apa.org/doi/10.1037/0003-066X.45.4.489

Ruivo, P., Johansson, B., Sarker, S., & Oliveira, T. (2020). The relationship between ERP capabilities, use, and value. Computers in Industry, 117, 103209, https://doi.org/10.1016/j.compind.2020.103209

Shiose, S. F., dos Santos, L. M., da Silva, D. V., Araujo, J. B., & Calvosa, M. V. D. (2012). Sistemas integrados de gestão: Alternativa contemporânea eficaz de gerenciamento e planejamento para instituições públicas de ensino. Anais do SEMEAD – Seminários em Administração.

Venkatesh, V., Thong, J. Y. L., & Xu, X. (2016). Unified theory of acceptance and use of technology: A synthesis and the road ahead. Journal of the AIS, 17(5), 328-376, https://dx.doi.org/10.17705/1jais.00428

Downloads

Publicado

2024-04-29

Edição

Seção

Casos para Ensino