O discurso da cidadania e a diferença de gênero

Autores

  • Pietro Costa Università degli Studi di Firenze

DOI:

https://doi.org/10.46699/rduno.v2i3.5290

Palavras-chave:

Responsabilidade Fiscal, Gestão Pública, Transparência, Controle Social,

Resumo

O objetivo do ensaio é traçar uma história de longo respiro sobre o modo como os discursos da cidadania trataram a diferença de gênero na Europa ocidental da Idade Média ao século XX, entendendo discursos da cidadania como um mosaico de textos pertencentes a diferentes saberes, mas agrupados pela pretensão de estabelecer uma representação geral e abstrata do sujeito e da relação que ele instaura com a comunidade política. Nesse sentido, os discursos da cidadania no que diz respeito à diferença de gênero podem girar em torno de distintos tópicos: hierarquia, corpo e família na Idade Média; igualdade, a partir do jusnaturalismo do século XVII, passando por discursos como os de Mary Wollstonecraft e Olympes de Gouges no século XVIII; a igualdade ainda é importante para o emancipacionismo dos séculos XIX e XX, mas ele valoriza de uma maneira peculiar a identidade de gênero. Diferentes maneiras de abordar o campo de tensão entre igualdade e diferença que tiveram que enfrentar, também, discursos que renovavam tradicionais tópicos de subalternização a partir de novas perspectivas cientificistas e modernizadoras, especialmente no final do século XIX e durante os totalitarismos, de modo que somente com segundo pós-guerra e com o fim das aventuras ‘totalitárias’ é que o tema da diferença feminina volta a ser relacionado com o princípio da igualdade, que constitui um dos elementos inspiradores das novas democracias constitucionais.

Biografia do Autor

Pietro Costa, Università degli Studi di Firenze

Professor emérito de História do Direito Medieval e Moderno da Università degli Studi di Firenze (Itália).

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Publicado

2020-05-25

Edição

Seção

Artigos