EU LÁ, EU CÁ: UM ESTUDO SOBRE A DIÁSPORA WARAO A PARTIR DO OLHAR DA CRIANÇA SOBRE O PROCESSO DE MIGRAÇÃO PARA A CIDADE DE BELÉM/PA

Autores

  • Maria Waldiléia do Espírito Santo Bento Aldeias Infantis SOS Brasil
  • David Junior de Souza Silva Universidade Federal do Amapá (UNIFAP)

DOI:

https://doi.org/10.22295/grifos.v32i59.6688

Palavras-chave:

Crianças; Imigração; Direitos Humanos. Amazônia.

Resumo

O povo Warao está no Brasil desde o ano de 2014. Sua vinda é oriunda de uma violação de direitos humanos, nas quais a usurpação das terras indígenas para exploração petrolífera e mineral na Venezuela acarretou em um grande fluxo de imigrantes desse povo para o Brasil. Sua entrada no Brasil deu por Pacaraima, em Roraima, e no Amazonas, e aos poucos, foram se interiorizando, estando, agora, em vários estados do Brasil. Esclarecendo que no presente artigo falar-se-á somente do olhar das crianças de três comunidades que estão em situação de abrigamento, na cidade de Belém, no Estado do Pará. O objetivo da presente pesquisa é tratar do processo de migração do povo Warao, pelo olhar da criança, sua visão e seus desenhos que contam seus espaços de vivência antes, durante e depois da migração, para tanto as metodologias utilizadas foram rodas de conversa e expressão do desenho livre, a partir de perguntas norteadoras, por um roteiro semiestruturado. Em conclusão, aborda-se a subjetividade da criança, dentro de um processo doloroso de saída de seus territórios nativos.

Referências

ACNUR, Alto Comissariado da ONU para os Refugiados. Nota informativa para municípios sobre chegadas espontâneas de população venezuelana, incluindo indígenas. Brasília: ACNUR/Ministério da Cidadania, 2019. Disponível em: https://doar.acnur.org/acnur/coronavirus.html?utm_source=google&utm_medium=cpc&utm_campaign=BR_PS_PT_cea_UNHCR&utm_campaign=BR_PS_PT_general_UNHCR_CoreBrand&gclid=EAIaIQobChMIh6eS2ofU8gIViYeRCh1S1Q9uEAAYASAAEgKvWvD_BwE&gclsrc=aw.ds. Acesso em 20 de agosto de 2021.

BANIWA, G. A Conquista da Cidadania Indígena e o Fantasma da Tutela no Brasil Contemporâneo. IN: RAMOS, A. R. (Org.). Constituições Nacionais e Povos Indígenas. Belo Horizonte: Editora UFMG, 238 p. Disponível em: <https://www.revistas.usp.br/ra/issue/view/6875> Acesso em 16 de agosto de 2021.

BOBBIO, N. A Era dos Direitos. Tradução Carlos Nelson Coutinho. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. 232 p.

BRASIL, Constituição da República Federativa do Brasil. 1988. Disponível em: https://www.senado.leg.br/atividade/const/con1988/con1988_15.03.2021/art_231_.asp. Acesso em 16 de julho de 2021.

BRASIL. Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 16 jul. 1990. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8069.htm#art266>. Acesso em: 16 de agosto de 2021.

CASHMORE, Ellis. Dicionário de relações étnicos e raciais. São Paulo: Selo Negro. Edição, 1996. Disponível em: <http://repositorio.unifesp.br/bitstream/handle/11600/41165/COMFOR-GDE-Mod4.pdf?sequence=3&isAllowed=y> Acesso em: 20 de agosto de 2021.

DINO, N. A. Entre a Constituição e a Convenção n. 169 da OIT: o direito dos povos indígenas à participação social e à consulta prévia como uma exigência democrática. Boletim Científico ESMPU, Brasília, p. 481-520, jan./dez. de 2014.

FARIA, G; DERMATINI, Zelia de Brito Faberi; PRADO, Patrícia Dias (Org.). Por uma cultura da infância: metodologia de pesquisa com criança. Campinas Autores Associados, 2005.

FREIRE, Paulo. A educação como Prática da Liberdade. ed. Rio de Janeiro: Editora: paz e terra LTDA. 1997.

FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. 47° ed. – São Paulo, Cortez, 2006

GARCÍA CASTRO, Alvaro. Mendicidad indígena: los Warao urbanos. Boletín antropológico, v. 48, n. Enero–Abril, p. 79-90, 2000

GOBBI, Márcia. Desenho infantil e oralidade. In FARIA Gularte. Ana Lúcia ; DERMATINI, Zélia de Brito Fabri; PRADO, Patrícia Dias (Org.). Por uma cultura da Infância: metodologia de pesquisa com criança. Campinas S.P. Autores associados 2005. P. 69-92.

HAHN, P. Interculturalidade e Direitos Humanos. 2012.

HALL, S. 2003. Da diáspora: identidades e mediações culturais. Belo Horizonte/Brasília. UFMG, UNESCO, 434p.

HUMAN RIGHTS WATCH. Venezuela: Crise humanitária alastra-se para o Brasil. 18 abr. 2017. Disponível em: https://www.hrw.org/ pt/news/2017/04/18/302397. Acesso em 21 de agosto de 2021.

JAIMES, A. Nuevas evidencias de cazadores-recolectores y aproximación al entendimiento del uso del espacio geográfico en el Noroccidente de Venezuela. Sus implicaciones en el contexto Suramericano. Arqueología del Area Intermedia 1: 83–120, 1999. Disponível em:< https://www.academia.edu.com.br> Acesso em 21 de agosto de 2021.

LOPES, Andrea S. C. A construção da identidade da infância na Amazônia ribeirinha: ilha de Cotijuba Belém – Pará. 2012, 212, Tese (Doutorado em desenvolvimento rural), Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2012.

ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL PARA AS MIGRAÇÕES. DTM. Brasil: monitoramento do fluxo migratório venezuelano. [S. l.]: OIM, 2018. Disponível em: <http://www.globaldtm.info/pt/brazil-flow-monitoring-venezuelan-migration-flow-abril-2018/>. Acesso em 16 de agosto de 2021.

RAMOS, Luciana, BOTELHO, Emília e TARRAGÓ, Eduardo. Parecer Técnico/ SEAP/ 6ª CCR/ PFDC nº 208/2017. Brasília: Ministério Público Federal, 2017.

YAMADA, Erika; TORELLY, Marcelo (org.). Aspectos jurídicos da atenção aos indígenas migrantes da Venezuela para o Brasil. Brasília: Organização Internacional para as Migrações (OIM), Agência das Nações Unidas para as Migrações, 2018.

Downloads

Publicado

2022-10-21

Edição

Seção

Artigos