A fronteira do natural: representações sociais de parentesco em grupos étnicos de alemães e italianos no sul do Brasil

Autores

  • Carla Kelli Schons de Lima
  • Erneldo Schallenberger

Resumo

As representações sociais de parentesco expressam os lugares dos indivíduos no grupo, de maneira que os termos socialmente convencionados do parentesco se transformam em realidades biológicas, por meio da naturalização de uma construção social. Entre os grupos imigrantes e seus descendentes, vindos da Itália e da Alemanha para o Sul do Brasil a partir de 1824, verificou-se a formação da identidade por intermédio do confrontamento das diferenças e semelhanças com outros grupos, de maneira que, ao mesmo tempo que elementos culturais nativos foram assimilados, se constataram a manutenção de muitos dos valores do imigrante. Nesses grupos, o laço sanguíneo é usado como argumento de reforço da identidade cultural, demarcando uma fronteira entre “nós” e o “outro”. Entretanto, enquanto para o grupo de imigrantes alemães o Keim (germe presente no sangue) é utilizado para classificar o outro como “bom” ou “ruim”, para o imigrante italiano o sangue é utilizado para reforço da italianidade.

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