Artesanato Kaingang: entre usos e desusos da cultura material

Autores

  • Talita Daniel Savoro
  • Ninarosa Mozzato da Silva
  • Ninarosa Mozzato da Silva
  • Ana Lúcia Vulfe Nötzold
  • Ana Lúcia Vulfe Nötzold

Resumo

A proposta deste artigo é refletir sobre a cultura material, mais especificamente o artesanato produzido pela comunidade Kaingáng da Terra Indígena Xapecó, localizada no oeste de SC. Embasamonos nas fontes escritas produzidas por Fernandes (1941), Keller (1867) e Mabilde (1836), além de estudos produzidos na atualidade. Utilizamos a metodologia da História Oral na realização de entrevistas com professores de artesanato Kaingang, observando as práticas pedagógicas para sua confecção, pois o artesanato é ensinado nas escolas como disciplina curricular. No passado, o artesanato Kaingang era voltado para suprir as necessidades do grupo indígena nas suas atividades cotidianas. A partir do contato com os não-indígenas, várias transformações aconteceram no que se refere à matéria-prima e à função dada ao artefato. Hoje, os artesanatos são produzidos quase que exclusivamente para a comercialização e adaptados às necessidades de venda. A prática do artesanato na escola contribui para a coesão do grupo indígena e reflete na construção de sua identidade étnica? As permanências e transformações da cultura material são significativas na memória do grupo? Lançamo-nos nesse estudo buscando entender os mecanismos que geraram e geram os usos e os desusos dessa cultura material.

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Publicado

2014-07-16

Edição

Seção

Artigos