O Pelourinho e o Manto
batalhas de memória entre a escrita colonial e a gira anticolonial Tupinambá
DOI:
https://doi.org/10.22562/2025.62.11Palavras-chave:
Memória, Escrita colonial, Manto TupinambáResumo
Neste artigo, procuro compreender as batalhas de memória em torno da escrita colonial jesuítica e das giras anticoloniais tupinambás. Relaciono a formação da escrita colonial às primeiras experiências de catequização do jesuíta Manoel da Nóbrega, cuja prática cotidiana de escrever cartas a seus irmãos jesuítas, dentro da doutrina dos Exercícios Espirituais, se desdobra no Plano Civilizador (1558), primeira legislação indigenista que determinou o estabelecimento do pelourinho nos aldeamentos e de um controle mais vigilante e violento sobre os corpos indígenas. Com isso, procuro demonstrar que a escrita colonial de Nóbrega se perfaz na tentativa simultânea de apagar as corporeidades indígenas e de territorializar seus corpos. Num segundo momento, procuro compreender como o campo de memória, que se quer inscrever através da consolidação da escrita colonial, é disputado pelas resistências rituais indígenas, com seus mantos e suas giras, cujos modos de existência pela perspectiva da performance do tempo espiralar agenciam outros campos de memória coletiva, livres das dicotomias excludentes e das lógicas de captura da escrita colonial. Nesse sentido, as resistências rituais indígenas vão se configurar, no decorrer da colonização, como giras anticoloniais.
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