O PROCESSO DE EMANCIPAÇÃO HUMANA NO ASSENTAMENTO ROSE: das ambiências do campo aos processos de constituição identitária

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22196/rp.v22i0.6509

Palavras-chave:

Camponeses. Cultura. Identidades. Saberes

Resumo

Ampliamos o foco, abrimos o olhar, aguçamos os ouvidos, ajustamos o compasso e carregamos nas cores. Foi assim que afinamos nossos passos para caminhar com um grupo moradores de um assentamento de reforma agrária, o Assentamento Rose, na cidade de Santaluz, BA. O objetivo foi evidenciar as formas de organização dos povos campesinos na luta pela emancipação individual e coletiva, bem como tornar conhecidas importantes questões sociais, políticas e epistemológicas que permeiam os saberes e os processos formativos dos homens e mulheres do Assentamento Rose.  Optamos por uma investigação de natureza qualitativa. O estudo de caso foi a estratégia investigativa escolhida para conduzir as análises. Já a etnografia visual foi método que organizou e conduziu a investigação, abrindo possibilidades de uso variado de técnicas para construção dos dados, dentre elas as narrativas orais e outras técnicas como entrevistas e grupos focais.  Concluímos que, a partir do movimento teórico-conceitual empreendido foi possível ampliarmos nossos olhares para a constituição identitária dos assentados do Rose, seja nos planos social, educativo, cultural e sócio-político. Ao identificarmos os saberes partilhados e o processo de emancipação humana que ali existem, não restam dúvidas que o contexto de luta, o preconceito e a criminalização cotidiana que sofreram esses campesinos, fizeram surgir uma dinâmica de produção e autoprodução através da qual esses povos se afirmam pelo saber produzido, bem como se afirmam como um coletivo culturalmente organizado e produtivo.

Biografia do Autor

Leila Damiana Almeida dos Santos Souza, UFRB

Doutora e Mestre em Cultura e Sociedade, Especialista em docência no ensino superior, Graduada em Pedagogia. Professora Adjunta da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). Professora do Mestrado Profissional em Educação Científica, Inclusão e Diversidade da UFRB/Cetens. Vice-líder do Núcleo de Pesquisa sobre Formação para Docência e Ensino Superior (NUPEDES/CNPq) 

Kleber Peixoto de Souza , Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB)

Doutorando em Ciências da Educação, Mestre em Educação, Graduado em Pedagogia. Professor Adjunto da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). Membro do Núcleo de Estudos, Pesquisas e Extensão em Tecnologia Assistiva e Acessibilidade (NETAA/CETENS/UFRB). E-mail: kleber.peixoto@ufrb.edu.br.

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REFERÊNCIAS DAS NARRATIVAS

LEVINHO. Entrevista concedida aos investigadores. Assentamento Rose, Santaluz, BA, 2019.

LOLÔ. Entrevista concedida a NASCIMENTO, Edisvânio Pereira. Assentamento Rose, Santaluz, BA, 2018.

ROQUINHO. Entrevista concedida a NASCIMENTO, Edisvânio Pereira Assentamento Rose, Santaluz, BA, 2018.

SASSÁ. Entrevista concedida aos investigadores. Assentamento Rose, de Santaluz, BA, 2019.

SOL. Entrevista concedida aos investigadores. Assentamento Rose, Santaluz, BA, 2019.

ZICKS MUSICAL. Entrevista concedida aos investigadores. Assentamento Rose, Santaluz, BA, 2019.

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Publicado

2021-10-13

Como Citar

ALMEIDA DOS SANTOS SOUZA, L. D.; SOUZA, K. P. D. O PROCESSO DE EMANCIPAÇÃO HUMANA NO ASSENTAMENTO ROSE: das ambiências do campo aos processos de constituição identitária. Revista Pedagógica, [S. l.], v. 23, p. 1–28, 2021. DOI: 10.22196/rp.v22i0.6509. Disponível em: http://bell.unochapeco.edu.br/revistas/index.php/pedagogica/article/view/6509. Acesso em: 28 mar. 2024.

Edição

Seção

Dossiê: SABERES, MOVIMENTOS E EDUCAÇÃO: diálogos (in)comuns