O Deslocamento Identitário dos Moradores das Periferias no Brasil : Um Jogo de Imagens Como Efeito do Assujeitamento

Autores

  • Helio Arthur Irigaray

DOI:

https://doi.org/10.22277/rgo.v6i1.1825

Palavras-chave:

Ensino de Zoologia. Educação não formal. Realidade local. Pesquisa-Ação.

Resumo

O objetivo deste artigo é discutir as possibilidades de construção de lugares identitários dos moradores das periferias urbanas brasileiras, quando estes se inserem no mundo do trabalho, notadamente em empresas situadas em lugares considerados, pelo discurso oficial, como melhores. Neste sentido, foi realizada uma pesquisa empírica, por meio de observações sistematizadas e entrevistas, com alunos do curso de mestrado em Administração de uma universidade, cuja sede é na Baixada Fluminense, periferia urbana, e que trabalham em médias e grandes empresas, públicas e privadas, no centro do município do Rio de Janeiro. Os dados foram submetidos à análise automática do discurso. Ficou evidente a existência de um deslocamento identitário, pois estes profissionais encontraram, no ambiente de trabalho, barreiras para sua inserção e ascensão profissional por conta de sua origem social; por outro lado, ao retornarem ao lugar de origem, foram rejeitados pela família e círculo de amigos por terem adquirido hábitos e comportamentos típicos "da zona sul". Este dilema autoidentitário, cujo palco são os conceitos de lugar, não-lugar e entre-lugar, resultou em três categorias emergentes: vergonha, revolta e resignação. Estes sentimentos revelaram que, na realidade, se trata, efetivamente, de uma questão de alteridade uma vez que, por conta de uma relação assimétrica de poder, os "periféricos" introjetam as normas, padrões e cultura dominantes.      

Downloads

Edição

Seção

Artigos