APRENDIZAGEM FORMAL E INFORMAL NO DESENVOLVIMENTO DE GESTORES: ESTUDO DE CASO EM IES

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22277/rgo.v15i3.6881

Resumo

Objetivo: Este artigo tem por objetivo analisar como a interação entre a aprendizagem formal e informal, nos níveis individual e grupal em um programa de qualificação de gestores de uma Instituição de Ensino Superior, contribui para o desenvolvimento de competências gerenciais.

Método / abordagem: Foi conduzida uma pesquisa qualitativa de estudo de caso único, realizada em uma Instituição de Ensino Superior Comunitária. O estudo contemplou a prática de capacitação gerencial envolvendo diversos módulos que contemplavam conteúdos de gestão de negócio, gestão comercial e gestão de recursos humanos.

Principais resultados: Apresenta-se o esquema conceitual com destaque para a dinâmica de interação entre práticas formais e informais de aprendizagem e sua relação com os facilitadores e obstáculos à aprendizagem, resultando em competências gerenciais, associadas principalmente aos aspectos relacionais.

Contribuições metodológicas / sociais / gerenciais: Evidencia-se às organizações de ensino superior a importância de considerarem, no desenvolvimento dos seus gestores, a natureza e a dinâmica das práticas de aprendizagem formal e as características do ambiente e das estruturas que interferem na aprendizagem informal.

 Originalidade / relevância: O artigo convida os leitores para refletir sobre as dimensões e elementos da aprendizagem formal e informal no ambiente corporativo e apresenta um esquema conceitual sobre as formas como tais dimensões e elementos da aprendizagem interagem no contexto da gestão universitária e no papel do professor como gestor.

Referências

Aboramadan, M., Dahleez, K. A., & Farao, C. (2021). Inclusive leadership and extra-role behaviors in higher education: does organizational learning mediate the relationship? International Journal of Educational Management, 36(4), 397-418. https://doi.org/https://doi.org/10.1108/IJEM-06-2020-0290

Almeida, N. C. P., & Souza-Silva, J. C. (2015). Aprendizagem Organizacional e Formação de Gestores: como aprendem os gestores de uma indústria do setor petroquímico. Revista de Gestão, 22(3), 381–402. https://doi.org/10.5700/rege568

Antonacopoulou, E. P. (2006). The Relationship between Individual and Organizational Learning: New Evidence from Managerial Learning Practices. Management Learning, 37(4), 455–473. https://doi.org/10.1177/1350507606070220

Antonello, C. S. (2006). Aprendizagem na ação revisitada e sua relação com a noção de competência. Comportamento Organizacional e Gestão, 1(2), 17–37.

Antonello, C. S. (2011a). Contextos do saber: a aprendizagem informal. In C. S. Antonello et al. (Orgs.), Aprendizagem organizacional no Brasil (p. 140–159). Bookman.

Antonello, C. S. (2011b). Saberes no singular? Em discussão a falsa fronteira entre aprendizagem formal e informal. In C. S. Antonello et al. (Orgs.), Aprendizagem organizacional no Brasil (p. 225–245). Bookman.

Apfelthaler, G., Shane, M. J., & Hruby, J. (2011). It’s a jungle out there: On managerial cognition, change, and learning during internationalization. International Journal of Global Management Studies, 3(2), 22–54.

Argyris, C. D.; Schön, D. (1996). Organizational learning II: theory, method, and practice. Addison Wesley.

Balsan, L. A. G., Faller, L. P., & Pereira, B. A. D. (2015). As transformações da aprendizagem individual em competências organizacionais. Estudo e Debate, 22(2), 171–194. https://doi.org/http://dx.doi.org/10.22410/issn.1983-036X.v22i2a2015.661

Bardin, L. (1991). Análise de conteúdo. Edições 70.

Bear, D. J., American Society for Training and Development, & Institute for Corporate Productivity. (2008). Tapping the Potential of Informal Learning: An ASTD Research Study (Alexandria (org.)). ASTD.

Bednall, T. C., & Sanders, K. (2017). Do Opportunities for Formal Learning Stimulate Follow-Up Participation in Informal Learning? A Three-Wave Study. Human Resource Management, 56(5), 803–820. https://doi.org/10.1002/hrm.21800

Camillis, P. K.; Antonello, C. S. (2010). Um estudo sobre os processos de aprendizagem dos trabalhadores que não exercem função gerencial. Revista de Administração Mackenzie, 11(2), 4–42.

Castanias, R. (2001). The managerial rents model: Theory and empirical analysis. Journal of Management, 27(6), 661–678. https://doi.org/10.1016/S0149-2063(01)00117-9

Chan, C. C. A., Pearson, C., & Entrekin, L. (2003). Examining the effects of internal and external team learning on team performance. Team Performance Management: An International Journal, 9(7/8), 174–181. https://doi.org/10.1108/13527590310507426

Closs, L., & Antonello, C. S. (2014). Aprendizagem de gestores no contexto das transformações contemporâneas no mundo do trabalho. Revista de Ciências da Administração, 16(39), 149–163. https://doi.org/10.5007/2175-8077.2014v16n39p149

Coelho Junior, F. A., & Mourão, L. (2011). Suporte à aprendizagem informal no trabalho: uma proposta de articulação conceitual. RAM. Revista de Administração Mackenzie, 12(6), 224–253. https://doi.org/10.1590/S1678-69712011000600010

Damanpour, F., & Aravind, D. (2012). Managerial Innovation: Conceptions, Processes and Antecedents. Management and Organization Review, 8(2), 423–454. https://doi.org/10.1111/j.1740-8784.2011.00233.x

Decius, J., Schaper, N., & Seifert, A. (2019). Informal workplace learning: Development and validation of a measure. Human Resource Development Quarterly, 30(4), 495–535. https://doi.org/10.1002/hrdq.21368

Dee, J., & Leisyte, L. (2017). Knowledge sharing and organizational change in higher education. The Learning Organization, 24(5), 355–365. https://doi.org/10.1108/TLO-04-2017-0034

Dias, V. N. (2021). A educação nos novos cenários econômicos e produtivos. Revista Ibero-Americana de Humanidades, Ciências e Educação, 7(4), 982–996. https://doi.org/10.51891/rease.v7i4.1053

Durand, T. (2015). L’alchimie de la compétence. Revue Française de Gestion, 41(253), 267–295. https://doi.org/10.3166/RFG.160.261-292

Edmondson, A. (1999). Psychological Safety and Learning Behavior in Work Teams. Administrative Science Quarterly, 44(2), 350–383. https://doi.org/10.2307/2666999

Edmondson, A. C., Dillon, J. R., & Roloff, K. S. (2007). 6 Three Perspectives on Team Learning. The Academy of Management Annals, 1(1), 269–314. https://doi.org/10.1080/078559811

Elkjaer, B. (2001). Em busca de uma teoria de aprendizagem social. In M. Easterby-Smith, J. BurgoynE, & L. Araújo (Orgs.), Aprendizagem organizacional e organização de aprendizagem: desenvolvimento na teoria e na prática. (p. 100–116). Atlas.

Enos, M. D., Kehrhahn, M. T., & Bell, A. (2003). Informal learning and the transfer of learning: How managers develop proficiency. Human Resource Development Quarterly, 14(4), 369–387. https://doi.org/10.1002/hrdq.1074

Fernandes, E. S., Salles, M. A. S. D., & Villardi, B. Q. (2016). Explicitando processos de aprendizagem social na ação de gestores de organizações intensivas de conhecimento. Anais do Congresso de Administração, Sociedade e Inovação – CASI.

Fleury, M. T. L., & Fleury, A. (2001). Construindo o conceito de competência. Revista de Administração Contemporânea, 5(spe), 183–196. https://doi.org/10.1590/S1415-65552001000500010

Frost, D. E., & Wallingford, V. (2013). Experiential learning for developing managers: a practical model. Journal of Management Development, 32(7), 756–767. https://doi.org/10.1108/JMD-11-2011-0118

Gentle, P., & Clifton, L. (2017). How does leadership development help universities become learning organisations? The Learning Organization, 24(5), 278–285. https://doi.org/10.1108/TLO-02-2017-0019

Gibbs, G. (2011). Analise de dados qualitativos. Artmed.

Grohmann, M. (2004). Influências de um curso de pós-graduação no processo de aprendizagem gerencial. Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.

Grossman, R., & Salas, E. (2011). The transfer of training: what really matters. International Journal of Training and Development, 15(2), 103–120. https://doi.org/10.1111/j.1468-2419.2011.00373.x

Ishak, R., & Mansor, M. (2020). The Relationship between Knowledge Management and Organizational Learning with Academic Staff Readiness for Education 4.0. Eurasian Journal of Educational Research, 20(85), 169–184. https://doi.org/10.14689/ejer.2020.85.8

Kezar, A. (2005). What campuses need to know about organizational learning and the learning organization. New Directions for Higher Education, 2005(131), 7–22. https://doi.org/10.1002/he.183

Kor, Y. Y., & Mesko, A. (2013). Dynamic managerial capabilities: Configuration and orchestration of top executives’ capabilities and the firm’s dominant logic. Strategic Management Journal, 34(2), 233–244. https://doi.org/10.1002/smj.2000

Lamas, J. Z.; Godoi, K. C. (2007). Narrativas de Aprendizagem Organizacional: o discurso dos gestores em uma IES. Psicologia Argumentativa, 25(48), 85–99.

Langhi, C., Cordeiro, D. S., Simões, M. L., & Stettiner, C. F. (2021). Educação corporativa: aprendizagem significativa no âmbito das empresas. Revista Educar Mais, 5(5), 1003–1017. https://doi.org/10.15536/reducarmais.5.2021.2584

Le Boterf, G. (2006). Três dimensões a explorar. Pessoal.

Spencer Jr., L., Spencer, S. M. (1993). Competence at Work: Models for Superior Performance. Wiley.

Malcolm, J., Hodkinson, P., & Colley, H. (2003). The interrelationships between informal and formal learning. Journal of Workplace Learning, 15(7/8), 313–318. https://doi.org/10.1108/13665620310504783

Mapurunga, R. M. R. S., Figueiredo, M. D., Machado, D. Q., & Matos, F. R. N. (2016). Programa de desenvolvimento gerencial: estudo de caso na Secretaria da Fazenda. Pensamento & Realidade, 31(1), 37–55.

Martins, G. A. (2008). Estudo de Caso: Uma Estratégia de Pesquisa (2. ed). Atlas.

McClelland, D. C. (1998). Identifying competencies with behavioral-event interviews. Psychological Science, 9(5), 331–339.

Nogueira, R. A., & Odelius, C. C. (2015). Desafios da Pesquisa em Aprendizagem Organizacional. Cadernos EBAPE.BR, 13(1), 83–102. https://doi.org/10.1590/1679-395112602

Obeso, M., Hernández-Linares, R., López-Fernández, M. C., & Serrano-Bedia, A. M. (2020). Knowledge management processes and organizational performance: the mediating role of organizational learning. Journal of Knowledge Management, 24(8), 1859–1880. https://doi.org/10.1108/JKM-10-2019-0553

Pawlowsky, P. (2001). The treatment of organizational learning in management science. In M. Dierks, A. Antal, J. Child, & I. Nonaka (Orgs.), Handbook of organizational learning and knowledge. (p. 61–88). Oxford University Press.

Probst, G., Büchel, B., & Büchel, B. S. T. (1997). Organizational learning: the competitive advantage of the future. Prentice Hall.

Reatto, D., & Brunstein, J. (2018). De professor a chefe de departamento: um estudo sobre o desenvolvimento das competências gerenciais desses profissionais numa universidade pública. Revista Gestão Universitária na América Latina - GUAL, 11(1), 184–207. https://doi.org/10.5007/1983-4535.2018v11n1p184

Reatto, D., & Godoy, A. S. (2015). A produção sobre aprendizagem informal nas organizações no Brasil: mapeando o terreno e rastreando possibilidades futuras. REAd. Revista Eletrônica de Administração (Porto Alegre), 21(1), 57–88. https://doi.org/10.1590/1413-2311.0102014.47369

Richardson, K. M. (2017). Managing employee stress and wellness in the new millennium. Journal of Occupational Health Psychology, 22(3), 423–428. https://doi.org/10.1037/ocp0000066

Richter, S., Kortsch, T., & Kauffeld, S. (2020). Understanding learning spillover: the major role of reflection in the formal–informal learning interaction within different cultural value settings. Journal of Workplace Learning, 32(7), 513–532. https://doi.org/10.1108/JWL-01-2020-0008

Ruas, R., & Comini, G. M. (2007). Aprendizagem e Desenvolvimento de Competências: Articulando teoria e prática em programas de pós-graduação em formação gerencial. Cadernos EBAPE.BR, 5(Especial), 1–14.

Runhaar, P., Sanders, K., & Yang, H. (2010). Stimulating teachers’ reflection and feedback asking: An interplay of self-efficacy, learning goal orientation, and transformational leadership. Teaching and teacher education, 26(5), 1154–1161.

Santos, L. dos, & Bronnemann, M. R. (2013). Desafios da gestão em instituições de ensino superior: um estudo de caso a partir da percepção de diretores de centro de uma IES pública do sul do Brasil. Revista Gestão Universitária na América Latina - GUAL, 6(1), 01–21. https://doi.org/10.5007/1983-4535.2013v6n1p1

Silva, M. R., Silva, C. C., Fonseca, L. R., & Silva, L. C. (2016). The Transactive Memory System and Group Learning. Revista de Administração FACES Journal, 15(2), 46–65.

Siqueira, M. S. D., & Santos, G. D. S. (2020). Como a Aprendizagem Gerencial Influencia as Políticas e Práticas de Gestão de Pessoas? Amazônia, Organizações e Sustentabilidade, 9(2), 238. https://doi.org/10.17648/aos.v9i2.910

Svensson, L., Ellström, P., & Åberg, C. (2004). Integrating formal and informal learning at work. Journal of Workplace Learning, 16(8), 479–491. https://doi.org/10.1108/13665620410566441

Takeuchi, H., & Nonaka, I. (2008). Criação e dialética do conhecimento. In H. Takeuchi & I. Nonaka (Orgs.). Gestão do conhecimento. Bookman.

Thurlings, M., Evers, A. T., & Vermeulen, M. (2015). Toward a Model of Explaining Teachers’ Innovative Behavior. Review of Educational Research, 85(3), 430–471. https://doi.org/10.3102/0034654314557949

Treleaven, L., Sykes, C., & Ormiston, J. (2012). A dissemination methodology for learning and teaching developments through engaging and embedding. Studies in Higher Education, 37(6), 747–767. https://doi.org/10.1080/03075079.2010.544392

Versiani, Â. F., Oribe, C. Y., & Rezende, S. F. L. (2013). A aprendizagem das organizações gerada pelas práticas formais no ambiente de trabalho. RAM. Revista de Administração Mackenzie, 14(4), 15–44. https://doi.org/10.1590/S1678-69712013000400002

Walter, S. A., Rocha, D. T., Domingues, M. J. C. S., & Tontini, G. (2007). De professor a gestor: uma análise do perfil dos gestores dos cursos de administração das instituições de ensino superior da região oeste do Paraná. Revista ANGRAD, 8(1), 53–72.

Wenger, E., & Lave, J. (2000). Knowledge and Communities. In E. L. Lesser, M. A. Fontaine, & J. A. Slusher (Orgs.), Communities of practice: the key to knowledge strategy. (1. ed). Butterworth Heinemann.

Wu, I.-L., & Chen, J.-L. (2014). Knowledge management driven firm performance: the roles of business process capabilities and organizational learning. Journal of Knowledge Management, 18(6), 1141–1164. https://doi.org/10.1108/JKM-05-2014-0192

Yin, R. K. (2016). Pesquisa qualitativa do início ao fim. Penso Editora.

Downloads

Publicado

2022-10-31