ASPECTOS DA EDUCAÇÃO INFORMAL NA COLÔNIA BLUMENAU: o caso da linguiça Blumenau
DOI:
https://doi.org/10.22196/rp.v22i0.6370Palavras-chave:
Teuto-brasileiros. Aprendizagem. Linguiça Blumenau.Resumo
Este artigo dá continuidade a uma reflexão que vem sendo realizada sobre as construções realizadas pelos imigrantes em Santa Catarina no confronto entre os conhecimentos trazidos das regiões de origem e a realidade encontrada nas colônias. Focalizamos aqui o segmento representado pelas famílias de imigrantes alemães que vieram para a antiga colônia Blumenau a partir de 1850 e seus descendentes empregando como fonte de informação os documentos presentes nos arquivos públicos locais e os relatos orais dos descendentes permitindo, de um lado, apreender as visões e vivências cotidianas desse grupo, e, de outro, obter informações valiosas sobre um produto em especial cuja receita foi e ainda é ensinada de geração em geração: a linguiça Blumenau. Este produto característico desta colônia em especial apresenta uma importância cultural até os dias atuais, mas o processo de ensino e aprendizagem envolvido na sua produção ao longo de mais de um século esteve a cargo de processos de educação informais, primeiro no âmbito da família e, posteriormente, no mundo do trabalho. A história da educação nas colônias teuto-brasileiras consiste num capítulo que promove a diversidade e demonstra a complexidade dos processos educacionais catarinenses e brasileiros. Conhecer a complexidade que integra a educação formal e informal é fundamental ao profissional da educação para pensar tanto o fazer pedagógico quanto seu papel na sociedade.
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