IMIGRAÇÃO ALEMÃ E O PROCESSO DE ESCOLARIZAÇÃO EM IJUÍ-RS: da Escola Alemã ao Colégio Sinodal de Ijuí (1899- 1938)
DOI:
https://doi.org/10.22196/rp.v22i0.6404Palavras-chave:
Educação, História da Educação, História da Educação brasileira, Instituições educativas brasileirasResumo
Em 1890, foi fundada a colônia de Ijuí, modelo de colônia exemplar, planejada a partir da imigração espontânea e da integração de diversas etnias. O estudo objetiva investigar a aplicação desse projeto de colônia, através do âmbito educacional. Assim, como as mudanças no cenário educacional após a emancipação da colônia em 1912. O enfoque direciona-se para os imigrantes alemães de confissão luterana estabelecidos na região. Analisamos o caso da primeira escola comunitária de origem germânica e confissão evangélica, fundada na colônia, conhecida atualmente como Colégio Evangélico Augusto Pestana. O estudo se insere no campo da História da Educação, com ênfase à História das Instituições Escolares, e utiliza aportes teórico-metodológicos da História Cultural. A pesquisa é realizada no Museu Escolar da instituição, e utiliza como fonte os documentos de caráter memorialístico “Relatos do Sr. Albino Brendler” (1995); o livreto “Breve Histórico do Ginásio Augusto Pestana” (1952); e os boletins e livros didáticos referentes ao período analisado. O recorte temporal compreende o período de 1899 a 1938, abrangendo o cenário educacional desses imigrantes desde a fundação da escola até o impacto inicial da implantação das políticas nacionalizadoras do governo estadonovista. A investigação permitiu perceber que inicialmente não foi estabelecido um sistema educacional que assimilasse os imigrantes no contexto nacional. Após 1912, o uso do vernáculo e o ensino da História e Geografia do Brasil foram incentivados sob subvenção estatal, porém, esses incentivos não foram suficientes para evitar uma grande crise em decorrência da política de nacionalização do ensino.
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