HISTORICIDADE DA EDUCAÇÃO ESPECIAL-INCLUSIVA E AS CONTRADIÇÕES EXPOSTAS NA PANDEMIA

necessárias reflexões post festum

Abstract

Resumo

Com a pandemia do COVID-19, houve um acirramento e desvelamento de precarizações e defasagens históricas carregadas pelas escolas, notadamente a pública. Neste artigo trazemos uma análise da dimensão subjetiva dos impactos da pandemia acerca do processo de escolarização de estudantes com deficiência na perspectiva da Psicologia Sócio-histórica. Consoante aos preceitos marxistas, consideramos o termo post festum, ou seja, a possibilidade de uma análise crítica de um fenômeno depois do calor dos acontecimentos em que se deram, para que possamos apreender a complexidade de suas determinações constitutivas. As discussões apresentadas foram geradas a partir das informações produzidas e analisadas em uma pesquisa em andamento financiada pela CAPES acerca dos impactos da COVID-19 na Educação Básica no Brasil, contando com a participação dos Programas de pós-graduação na área da Educação de quatro universidades: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Universidade de Joinville (UNIVILLE), Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (UERN) e Universidade Federal do Piauí (UFPI).  A construção da análise está sendo realizada por meio do procedimento dos Núcleos de Significação e já vem evidenciando importantes significações por parte dos professores, gestores e estudantes participantes da pesquisa. Contudo chama atenção o silenciamento e ausência de discussões referentes aos estudantes com deficiência. Essa exclusão, aponta para necessidade de refletir sobre como muitos estudantes com deficiência foram excluídos dos processos emergenciais de educação remota; a falta de acessibilidade, como possibilidade de usufruir do direito educacional, dentre outros movimentos excludentes e capacitistas.